A Prefeitura Municipal lança oficialmente a programação da Primeira Semana Farroupilha de Passo de Torres que acontecerá entre os dias 13 e 20 de setembro, mês em que o Município comemora os seus 31 anos de emancipação político-administrativa.
HISTÓRIA
A Semana Farroupilha faz alusão ao início da Revolução Farroupilha, ou Guerra dos Farrapos, que foi a revolta civil mais longa durante o Império brasileiro. No dia 20 de setembro de 1835 os farrapos tomam Porto Alegre e até 1845 o território gaúcho passou a ser, a partir de 11 de setembro de 1836, a República Rio-Grandense. O motivo dessa insurreição foi a insatisfação da elite sulista em relação à política fiscal do Império brasileiro que taxou impostos altíssimos no charque, principal produto de exportação da província de São Pedro do Rio Grande do Sul.
Assim como o Rio Grande do Sul, outros municípios, além do estado de Santa Catarina, comemoram a Semana Farroupilha com legislação específica. Passo de Torres também sancionou este ano a Lei Nº 1.185 que permite promover as festividades da Semana Farroupilha.
Mas qual a justificativa para Passo de Torres ter as festividades da semana farroupilha?
Vários motivos, dentre eles a proximidade do território onde todo o contexto deste fato histórico ocorreu. Outro motivo é que em território catarinense houve o avanço dos mesmos ideais farroupilhas (Liberdade, Igualdade e Humanidade), surgindo a República Juliana em 1839. Também porque aqui, em Passo de Torres, existia as rotas dos tropeiros, e os costumes, a lida, a indumentária, as danças, etc. eram muito semelhantes.
Um fato que nos remonta a estas revoltas foi quando, pernoitou em Passo de Torres, o italiano Giuseppe Garibaldi, a Anita Garibaldi, o General Canabarro, entre outras lideranças, juntamente com suas tropas, na Retirada de Laguna, onde os imperialistas retomaram o território e caindo, em consequência, a República Catarinense, como também era conhecida a República Juliana. Chegaram cansados, e muitos até feridos, na orla do Rio Mampituba, e tiveram que negociar com os imperialistas, que dominavam São Domingos das Torres, no lado gaúcho. Cada representante (batedores) dos dois lados negociaram a passagem, que foi não atravessar o rio, e sim, seguir pelo Caminho das Vacarias, obrigando toda a comitiva resistente fazer um percurso maior até chegar na capital da República do Piratini, como também era conhecida a República Rio-Grandense.
Enaltecer as festividades da Primeira Semana Farroupilha é muito importante para a memória passotorrense, pois ao mesmo tempo que se promove o tradicionalismo gaúcho, também se valoriza aspectos importantes do patrimônio imaterial da nossa cultura.
A cultura de base açoriana contribui muito para o choque cultural do litoral catarinense e sul-rio-grandense, pois além dos costumes dos espanhóis que já estavam no cone sul da América, somam-se as culturas indígena, afro-brasileira e açoriana, surge o povo Bicuíra, da lida praieira/pesqueira e também com atividades do campo.
O patrono – João Luiz Corrêa
A homenagem ao músico e compositor João Luiz Corrêa é um reconhecimento por sua atuação no tradicionalismo gaúcho, sobretudo pela carreira sólida construída desde 1989. Sucessos como “Um Bagual Corcoveador”, “Fandango em Soledade”, “Pau Que Dá Cavaco”, “Quando Tapeia o Chapelão”, dentre outros, coroaram de êxito a carreira deste artista. Algumas canções, lançadas no início de sua caminhada artística, ainda estão entre as mais executadas nos fandangos e nas emissoras de rádio.
Em novembro de 2020, João Luiz Corrêa recebeu do presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul a Medalha do Mérito Farroupilha, a mais alta honraria do Parlamento gaúcho. Na atualidade, é o nome mais expressivo do meio musical gaúcho com uma agenda que supera 220 shows por ano. Destaca-se por sua fidelidade à tradição gaúcha, por seu estilo fandangueiro e por seu carisma inconfundível.