ARRISCAR A VIDA OU CONTRATAR UM GUIA?
Como analisar, decidir e buscar informações sobre o quanto é válido contratar um guia profissional em vez de correr riscos desnecessários? E se for em ambientes naturais, trilhas, turismo de aventura e locais desconhecidos?

Diversos fatores levam uma pessoa a não contratar um guia profissional para aventuras na natureza. Um dos principais é a percepção de que o serviço representa um custo adicional desnecessário, especialmente quando o destino parece acessível ou conhecido.

Alguns turistas acreditam que podem explorar trilhas e cachoeiras por conta própria, confiando em informações de blogs, aplicativos ou relatos de amigos. Além disso, há quem prefira a liberdade de definir seu próprio ritmo e itinerário, evitando o que consideram ser um roteiro engessado ou comercial demais, como visitas a locais de consumo indicados por guias.

Outro fator é a desconfiança em relação à qualificação dos guias, especialmente diante de relatos de profissionais despreparados ou negligentes, o que reforça a ideia de que é mais seguro ou vantajoso seguir sozinho.

Por outro lado, a falta de regulamentação e fiscalização adequadas no setor de turismo de aventura contribui para a presença de guias não certificados ou mal treinados, o que pode resultar em experiências negativas para os turistas. É um dos fatores que o Parque Nacional de Aparados da Serra e da Serra Geral exigem dos guias e condutores credenciados uma lista de obrigações para poder conduzir turistas e visitantes.

A falta de fiscalização, entre outras situações, vem alimentando a ideia de que a contratação de um guia não garante necessariamente uma experiência segura ou enriquecedora. Além disso, a cultura de autossuficiência e o desejo de aventura autêntica levam muitos a subestimar os riscos envolvidos em atividades na natureza, como mudanças climáticas repentinas, terrenos acidentados e encontros com animais selvagens. A falta de conhecimento sobre os benefícios de um guia qualificado, que inclui não apenas a condução segura, mas também o enriquecimento cultural e ambiental da experiência, contribui para a decisão de não contratar esse serviço.

O que diz a Lei no Brasil
No Brasil, a profissão de guia de turismo é regulamentada pela Lei nº 8.623/1993, que estabelece os direitos e deveres desses profissionais. De acordo com essa Lei, é considerado guia de turismo o profissional devidamente cadastrado no Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur), que exerça atividades de acompanhamento, orientação e transmissão de informações a pessoas ou grupos em visitas e excursões.

Além disso, a Portaria MTur nº 37, de 11 de novembro de 2021, estabelece normas e condições para o exercício da atividade de guia de turismo. Essa portaria define as categorias de guias, como Guia Regional, Guia de Excursão Nacional, Guia de Excursão Internacional e Guia Especializado em Atrativo Turístico. Para atuar legalmente, o profissional deve estar cadastrado no Cadastro dos Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur) e possuir formação específica.

No contexto do turismo de aventura, o Ministério do Turismo, em parceria com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), desenvolveu normas técnicas específicas para garantir a segurança e a qualidade dos serviços prestados. Essas normas incluem requisitos de gestão da segurança e informações que as empresas devem repassar aos clientes.

Portanto, contratar um guia de turismo devidamente habilitado e certificado é fundamental para garantir uma experiência segura e enriquecedora em atividades na natureza.

O que aconteceu nesses dias…
• Casal é salvo após se perder em trilha em Jacinto Machado/SC
No último domingo, 27 de abril de 2025, duas pessoas foram resgatadas depois de se perderem na Trilha do Morro do Carasal, na cidade de Jacinto Machado, no Sul de Santa Catarina. Matéria completa no site https:https://2linhas.com/casal-e-salvo-apos-se-perder-em-trilha-em-jacinto-machado

• Franceses se perdem em trilha de SC
Dois franceses se perderam na trilha no Pico do Maciambú Oeste, no Parque Estadual da Serra do Tabuleiro, em Santo Amaro da Imperatriz (SC), após passarem nove horas andando desde o início do trajeto na Cachoeira do Rio Vermelho. Matéria completa no site: https://www.metropoles.com/brasil/franceses-se-perdem-em-trilha-de-sc-e-sao-resgatados-apos-9-horas

Até a próxima matéria!!

Luiz Fernando Soares
Técnico e Gestor de Turismo – Cadastur 24.016176.96-2

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Coluna Caminhos do Mar e das Alturas

O nome desta coluna evoca a conexão do homem com as atividades entre a grandiosidade dos cânions regionais e a serenidade das praias, criando uma identidade única para a coluna. Reforça o simbolismo da jornada e da conexão entre os elementos da região, com conteúdo envolvendo os segmentos que atendem e direcionam o turismo regional.

Como diretor da TecTur Turismo, sou guia de turismo credenciado nos Parques Nacional de Aparados da Serra e Serra Geral, especificamente na 9ª Região Turística Caminho dos Canyons do Sul – Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Sou apaixonado pela fotografia de natureza e das aventuras em que participo, além da consultor e orientador no segmento do turismo rural. Também realizo trabalhos como coordenador e difusor de estratégias e análises no segmento de pesquisa político/administrativo. Gaúcho de Porto Alegre, há mais de 20 anos resido com minha família em Santa Catarina, atualmente no centro de uma região com turismo 12 meses por ano: Sombrio.