A protetora dos pescadores, rainha do mar para os devotos, Iemanjá e Nossa Senhora dos Navegantes para os fiéis católicos, receberá homenagens neste dia 02 de fevereiro em Balneário Gaivota.

Católicos

A comunidade de Nossa Senhora dos Navegantes do bairro Santa Fé, realiza a tradicional procissão com a imagem da padroeira, saindo às 19 horas da Comunidade São Brás, de Lagoa de Fora até a igreja da Santa Fé. Às 20 horas haverá missa e logo após feirão de galinhas assadas e bolo. A festa prossegue no domingo, 05, com missa às 10 horas, escolha dos festeiros e feira de galinhas assadas.

Umbanda

Duas procissões estão programadas, ambas com saída às 19h30min, com destino à praia.  Mãe Odete, do bairro Turimar, vai comandar a procissão que sairá de seu terreiro, próximo ao Cartório, em direção à Plataforma Central, pela Avenida Santa Catarina. Na beira da praia, será montado altar e os participantes receberão passes. Balneário Gaivota conta atualmente com 6 terreiros de Umbanda.

Já os Centros de Umbanda:  Casa de Axé Inhansã e Ogum das Matas – Enajara de Inhansã e Márcio de Ogum das Matas, Centro de Umbanda Aldeia de Jurema Caçadora e Xango das Matas – Pai Fábio do Caveira e Mãe Lidi da Mulambo; Centro de Umbanda Estrela Guia e Reino de Iemanjá – Jane da Cigana, Centro Espírita de Umbanda Iemanjá e Ogum Beira Mar – Mãe Fabiana de Iemanjá,  Ile Karahun – Babalorixá Emanuel de Oxalá e Kellin de Oyá, Equipe Devils da Calunga – Israel Souza, Geovane e Peterson Rodrigues, Ogum  Beira Mar Ile de Mãe Iemanjá – Eliane da Mulambo, farão a procissão saindo às 19h30 da terceira avenida em direção a quarta avenida e quando chegar em frente ao pé na areia, iremos em direção à beira da praia. “Após será realizada a Sessão de Umbanda, com acolhimento, passes, distribuição de frutas, na ocasião será também aceito oferendas, das casas Afro-Umbandistas da Gaivota e região, tudo de forma gratuita, as pessoas que quiserem colocar seus pedidos em forma de carta poderão também.

A sessão está prevista para início as 20h30”, frisa o Babalorixá Emanuel do Ilê Karahun.  Os grupos de Umbanda recomendam aos participantes das homenagens para Iemanjá para que levem como oferendas flores e não em presentes, para não deixar nada que venha a poluir a praia ou o mar.

História

No dia 2 de fevereiro é comemorado o dia de Iemanjá e de Nossa Senhora dos Navegantes. Mas as duas protetoras são a mesma? Isso ocorreu por causa do sincretismo ocorrido no século XVIII, ou seja, nada mais do que o resultado de um conflito, imposto por um choque entre as diferentes religiões dos negros trazidos da África com o catolicismo no Brasil. Dessa forma, os negros incorporaram a nova religião onde os orixás foram associados aos santos católicos.

O culto a Nossa Senhora dos Navegantes vem desde a Idade Média, quando a Virgem Mãe de Jesus possuía o título “Estrela do Mar”. Nesse período histórico das Cruzadas, ocorreu a Guerra Santa, onde os europeus enviaram tropas à Palestina para recuperarem a liberdade de acesso. Posteriormente; o Culto a Nossa Senhora dos Navegantes tomou fôlego no século XV, período das grandes navegações européias. Os Cruzados continuaram a invocavam a Nossa Senhora como “Estrela do Mar”, pois era conhecida por proteger os navegantes, indicando um porto seguro para seu retorno ao lar.

Já Iemanjá é uma das mais populares orixás da Umbanda. E no dia 2 de fevereiro, a “Rainha do Mar” é lembrada pela fartura, força espiritual e o axé dos mares. Ela é conhecida pelos devotos por harmonizar relacionamentos, ajudar as mulheres a engravidarem e trazer riquezas e fartura aos seus filhos. Mas; nem sempre Iemanjá pôde ser cultuada livremente, e no período da escravidão no Brasil, ela foi sincretizada a figuras católicas, principalmente com Nossa Senhora dos Navegantes.

Fotos e card das procissões