Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) e nutrição
Maio é mundialmente reconhecido como o Mês de Conscientização das Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), um grupo de enfermidades crônicas que inclui, principalmente, a Doença de Crohn e a Retocolite Ulcerativa. Essas doenças afetam o trato gastrointestinal, comprometendo a absorção de nutrientes, causando sintomas como dor abdominal, diarreia, perda de peso e fadiga, impactando significativamente a qualidade de vida dos pacientes.
A causa das DII é multifatorial, envolvendo predisposição genética, alterações imunológicas e fatores ambientais, como a alimentação e o estilo de vida. Embora não exista uma dieta única para todos os portadores, a nutrição desempenha um papel fundamental no manejo dos sintomas, na prevenção de complicações e na promoção da saúde intestinal.
Entre as orientações nutricionais aos pacientes com DII, destacam-se:
• Evitar alimentos ultraprocessados: Estes podem agravar a inflamação intestinal e alterar negativamente a microbiota.
• Preferir alimentos naturais e minimamente processados, ricos em fibras solúveis, quando bem toleradas, para favorecer a saúde intestinal.
• Manter uma hidratação adequada, especialmente em casos de diarreia frequente.
• Atentar para deficiências nutricionais, como ferro, vitamina B12, vitamina D, cálcio e zinco, comuns em pessoas com DII.
• Considerar o uso de probióticos e prebióticos, para auxiliar no equilíbrio da microbiota intestinal.
• Evitar dietas restritivas sem orientação: cada paciente apresenta necessidades individuais, e a exclusão desnecessária de grupos alimentares pode agravar o estado nutricional.
Mas tendo em vista que a tolerância de cada paciente aos alimentos ocorre de forma diferente, é fundamental que se tenha um acompanhamento nutricional, para que as demais orientações sejam realizadas de forma individualizada e direcionada a sua fase da doença e à sua condição clínica.
A nutrição é um pilar importante no cuidado com o intestino e, consequentemente, com a saúde como um todo, mas além desse cuidado, o suporte psicológico e médico também se faz importante, fazendo parte de um cuidado integral e humanizado.
Neste mês de conscientização, reforço a importância do diagnóstico precoce, do tratamento adequado e da informação qualificada como ferramentas fundamentais para melhorar a qualidade de vida das pessoas que convivem com as doenças inflamatórias intestinais.
AMANDA DE VARGAS DE OLIVEIRA
Nutricionista especialista em saúde mental | CRN10 9720