Maneiras de lidar com a fome emocional: comer não pode ser um motivo de culpa
Sinais como roncos e dores no estomago, dores de cabeça e falta de energia, principalmente após já ter passado algum tempo após a última refeição realizada, indicam a fome fisiológica, ou seja, o corpo está sinalizando que necessita de alimento neste momento.
Mas quando a fome se resume ao desejo por alimentos específicos, que você sabe que te trará um prazer ao comê-lo, ou servirá como recompensa e conforto após alguma situação difícil ou estressante, fique alerta! Sendo uma “fome” que surge de forma repentina e que você facilmente conseguiria ignorá-la com alguma distração, essa pode ser chamada de fome emocional. O desejo por chocolate ao final de um dia cansativo ou a vontade de comer sorvete após um episódio de tristeza, a representam bem.
O ato de comer tem, sim, relação com as emoções, com a cultura, com os costumes e vários outros fatores. Entretanto, as emoções não devem conduzir sempre nossas escolhas alimentares, principalmente, quando essas estiverem relacionadas a ansiedade, estresse e tristeza. Já imaginou sempre que passar por uma situação difícil decidir comer alimentos ricos em açúcares ou gorduras? O consumo desses alimentos nessas situações faz com que o organismo libere hormônios que atuam na redução da sensação de estresse, porém, acaba provocando um maior desejo por alimentos que sejam “reconfortantes”, reforçando os hábitos alimentares emocionais, e podendo levar ou agravar quadros de doenças.
1 Exemplo de situações que levam ao comer emocional
E caso você se identifique com as situações acima, eu trouxe algumas estratégias para auxilia-lo com o controle dessa fome emocional:
1 – Avalie sua emoção: importante nesses momentos avaliar o que você está sentindo. Para isso, se pergunte se é fome ou uma emoção. Caso identifique uma emoção, é necessário compreender sobre o sentimento e pensar em soluções para lidar com isso de forma direta. Se apenas mascararmos com a comida, pode ser que essa emoção seja até intensificada por essa ação, como quando você se culpa após comer sem realmente ter fome.
2 – Busque ter em mente comportamentos alternativos para quando esses sentimentos surgirem.
2 Exemplo de comportamento alternativo
3 – O tédio pode ser considerado um gatilho para a fome emocional com algumas pessoas. Caso você se identifique, busque ter em mente atividades de lazer que possam ser realizadas evitando muito tempo ocioso.
4 – Exercícios físicos auxiliam no controle de emoções negativas, ansiedade e estresse, além de auxiliar na manutenção de peso e saúde geral. Neste caso, escolha um exercício que se encaixe na sua rotina e mantenha a prática.
5 – Quando o acesso não é facilitado, há maior chances de não consumir. Evite ter em casa alimentos com os quais você sabe que tem chances de perder o controle do consumo quando passar por alguma dessas situações.
Alvarenga M dos S, Figueiredo M, Timerman F, Antonaccio CMA, Godoy C, Macedo S. Nutrição comportamental. São Paulo: Atheneu; 2019. [citado 2024 abr. 17]
Amanda de Vargas de Oliveira
Nutricionista Especialista em Saúde Mental | CRN10 9720