QUAL A HISTÓRIA QUE VAMOS DEIXAR COMO TURISTA?
O comportamento do turista em contextos culturais distintos é um campo muito relevante no turismo responsável e de base comunitária, além da convivência entre visitantes e as comunidades locais.
Quando um turista visita uma comunidade que não compartilha os mesmos costumes e tradições de sua bagagem familiar, ocorrem choques culturais. Esses choques podem gerar desconforto, julgamentos equivocados, ou, em casos positivos, um processo de aprendizado mútuo.
O TURISMO RESPONSÁVEL, conforme Ministério do Turismo (MTur), envolve práticas sustentáveis, tendo como objetivo promover experiências positivas para a população local visitada, para os próprios turistas, para a iniciativa privada e também ao poder público local. Já o TURISMO DE BASE COMUNITÁRIA preza pelo protagonismo das comunidades anfitriãs no desenvolvimento do setor, com o compromisso de gerar benefícios coletivos, valorizar a cultura local, proteger a natureza e proporcionar a troca de experiências com visitantes.
O NÃO INDÍGENA EM INTERCÂMBIO CULTURAL
Este colunista esteve visitando novamente a comunidade indígena situada no Morro dos Cavalos, em Palhoça/SC, integrando um grupo do Caminho da Gratidão. O principal motivo foi prestigiar um convite do Cacique Caraí (Kenedi) para acompanhar a abertura da 21ª Semana Cultural da Escola Itaty. Com o tema YVY RUPA MBARAETE TENONDE RÃ (Fortalecimento Para o Futuro Território), a solenidade do dia 14 de abril de 2025 teve a abertura oficial com o coral indígena e apresentação do tema. No decorrer do dia, falas como a do Cacique Caraí e outras lideranças relataram todo o contexto da situação local sobre o seu território, a luta pela demarcação e a preocupação com o futuro da comunidade, assim como os costumes e tradições ainda mantidas através dos ensinamentos e estudos na Escola Itaty.


OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
Quando um turista visita uma comunidade com costumes e tradições muito diferentes dos seus, como as comunidades indígenas do Morro dos Cavalos, em Palhoça (SC), é comum que ocorram choques culturais capazes de gerar desconforto. Situações como a forma diferente de se expressar, os tempos mais lentos das conversas ou atividades, a alimentação tradicional e os rituais espirituais podem causar estranhamento em quem está acostumado com rotinas urbanas aceleradas e valores não indígenas. O turista, sem preparo, pode se sentir deslocado ou até pensar que não está sendo bem recebido, quando na verdade está apenas diante de uma outra forma de viver o mundo.
Esses choques, quando não compreendidos, levam a julgamentos equivocados por parte do visitante. Por exemplo, ao ver uma criança indígena com autonomia no ambiente da aldeia ou perceber a ausência de tecnologia em certos espaços, alguns turistas interpretam isso como sinal de “atraso” ou “falta de progresso”. Esses pensamentos refletem uma visão etnocêntrica, onde o visitante considera sua cultura superior à do povo local. Julgamentos assim fragilizam o diálogo e impedem a vivência respeitosa, além de reproduzirem preconceitos históricos contra os povos originários.
Por outro lado, há casos positivos de aprendizado mútuo, como o de grupos de estudantes e turistas conscientes que visitam o Morro dos Cavalos e participam, no caso da Semana Cultural, das atividades propostas pela Escola Itaty. Ao vivenciarem práticas como o cuidado coletivo com a terra, a escuta das lideranças, os cantos em língua Guarani e o uso de ervas medicinais, muitos visitantes relatam uma transformação no modo como percebem o tempo, o corpo e a natureza.
Esse tipo de intercâmbio cultural fortalece o respeito, valoriza o modo de vida indígena e deixa marcas profundas nos visitantes considerados não indígenas que se dispõem a aprender com humildade e maturidade.
Precisamos lembramos que:
INDÍGENAS E NÃO INDÍGENAS…
TODOS OS DIAS SÃO SEUS DIAS.
Até a próxima matéria !!
- Continuando sobre *
CAMINHO DA GRATIDÃO – ABRIL/25 - Nesta edição, estarei apresentando para vocês, a DÉCIMA NONA e a VIGÉSIMA parte da peregrinação Caminho da Gratidão. Estará acontecendo durante o mês de abril de 2025, com um percurso total de 420 km de caminhada entre a cidade de Torres/RS e a cidade de Nova Trento/SC. O tempo de duração total será de 20 dias. Maiores detalhes e informações poderão ser solicitadas pelo whatssap (48) 996398803 com Fernando TecTur.
Parte 19 – Décimo Nono Dia
Evento: Peregrinação do Caminho da Gratidão;
Distância: 28 km;
Percurso: Major Gercino até Nova Trento;
Atividade (síntese): Saída do hotel; Parada para lanche no Minimercado Lidiane; almoço e jantar livres; e hospedagem no CEIC – Casa das Freiras.
Parte 20 – Vigésimo Dia
Evento: Peregrinação do Caminho da Gratidão;
Distância: 05 km;
Percurso: Nova Trento até o Santuário;
Atividade (síntese): Saída CEIC – Casa das Freiras; chegada no Santuário – Certificado e benção ao Peregrinos; missa; almoço na Churrascaria em São João Batista, e retorno ao ponto de partida da peregrinação: Torres/RS.

Fonte: https://caminhodagratidao.org/
Aguardem, pois mais detalhes do caminho, descritivo e relatos serão apresentados durante as próximas colunas.
Até a próxima…
Desejo de bons caminhos e ótimas trilhas para todos nós.
Luiz Fernando Soares
Técnico e Gestor de Turismo – Cadastur 24.016176.96-2
https://www.instagram.com/fernando.tectur
fernando.tectur@gmail.com – www.tec.tur.br

Coluna Caminhos do Mar e das Alturas
O nome desta coluna evoca a conexão do homem com as atividades entre a grandiosidade dos cânions regionais e a serenidade das praias, criando uma identidade única para a coluna. Reforça o simbolismo da jornada e da conexão entre os elementos da região, com conteúdo envolvendo os segmentos que atendem e direcionam o turismo regional.
Como diretor da TecTur Turismo, sou guia de turismo credenciado nos Parques Nacional de Aparados da Serra e Serra Geral, especificamente na 9ª Região Turística Caminho dos Canyons do Sul – Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Sou apaixonado pela fotografia de natureza e das aventuras em que participo, além da consultor e orientador no segmento do turismo rural. Também realizo trabalhos como coordenador e difusor de estratégias e análises no segmento de pesquisa político/administrativo. Gaúcho de Porto Alegre, há mais de 20 anos resido com minha família em Santa Catarina, atualmente no centro de uma região com turismo 12 meses por ano: Sombrio.